No âmbito do Projeto Regional de Apoio ao Plano de ação da CEDEAO e com o financiamento da União Europeia, o Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC) tem apoiado alguns Estados Membros, entre os quais, Cabo Verde, na realização de uma pesquisa análise sobre da situação de uso de drogas no ensino secundário e no estabelecimento de uma Rede Epidemiológica sobre o Uso de Drogas.
Com a Rede Nacional de Epidemiologia sobre o Uso de Drogas, o país estará em condições de monitorizar a extensão, os padrões e as tendências do consumo de drogas e as consequências associadas.
Neste sentido, realiza-se, de 9 a 10 de Outubro o lançamento oficial da Rede e a realização de um Seminário de Formação da Rede Nacional de Epidemiologia sobre o Uso de Drogas em Cabo Verde, no Hotel VIP Praia, visando a capacitação dos membros da Rede e dos pontos focais dos Centros de Saúde piloto selecionados em matéria de coleta, análise e divulgação de dados sobre o uso de drogas e suas consequências.
Para a Comissão e Coordenação do Álcool e outras Drogas, a formação dos elemetos da rede é importante para que Cabo Verde possa “cumprir as obrigações internacionais”, mas é essencial para saber como melhorar os resultados nessa área e verificar qual é a evolução da situação do país em cada momento.
Na sessão de abertura do seminário o Ministro da Saúde e da Segurança Social, Dr. Arlindo de Rosário reconheceu que os dados epidemiológicos em Cabo Verde são ainda “escassos e insuficientes” para responder a grande parte das perguntas sobre o consumo de drogas e explicou que com a a criação da Rede terá-se uma etapa importante para se estimar sobre a magnitude do problema, impondo-se para isso o controlo apropriado das intervenções, existência de um sistema de informação eficaz, seguro e facilmente acessível”.
O chefe da cooperação da União Europeia, José Roman Leon Lora, na mesma sessão sublinhou que a droga é um fenómeno a que países como Cabo Verde "estão mais expostos por falta de recursos e devido à insularidade". e afirmou que "Estamos a falar de um fenómeno que há 30 anos era praticamente desconhecido em Cabo Verde e agora é um problema que não nacional, mas sim regional e global".
A abertura do evento contou ainda com a presença da Coordenadora do ONUDC Cabo Verde, Dra. Cristina Andrade, que expôs que a formação vai possibilitar informações harmonizadas no âmbito nacional que, por sua vez, através de uma estrutura central esses dados serão remetidos ao escritório regional que serão divulgados a nível internacional”. Ajuntou ainda que tais relatórios vão ajudar o país a cumprir o desafio na produção de “dados credíveis” correspondendo, assim, a uma meta a nível da sub-região, mas também permitirão “uma análise fidedigna da situação” para que se possa fazer a “optimização de recursos” e ter mais eficácia em termos de acções de intervenções.